Encontro que reuniu psicólogas, neuropsicólogas, neurologista e famílias para esclarecimentos sobre TDAH na infância
As crianças portadoras de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) são inicialmente um desafio para pais e educadores, na busca por diagnóstico correto, tratamento efetivo e por um desenvolvimento saudável. Diante da importância do assunto, a Pediatria do Complexo Médico Provida, realizou ontem, dia 25, o 1º Bate-Papo Com Psicólogo, com o tema: TDAH na Infância – da Investigação ao Tratamento.
Conversa que reuniu, psicólogas, neuropsicólogas, neurologista, pais, avós e psicopedagogas na busca por respostas e suporte especializado para inúmeras perguntas que povoam o imaginário popular.
“O TDAH, é um transtorno neurobiológico que inicia na infância e que geralmente persisti por toda a vida. É muitas vezes, genético, caracterizado por apresentar sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Contribui, quando não tratado, para baixa autoestima, com relacionamentos problemáticos e dificuldades na escola e no trabalho. Para um correto tratamento é necessário, antes, um diagnóstico preciso”, destaca a psicóloga infantil e neuropsicóloga Gisele Pickler da Silva (CRP 12/04584).
Para a especialista, não basta os adultos acharem que seu filho apresenta ou não apresenta características do TDAH, antes de qualquer suposição, é necessário a realização de exames e avaliações profissionais.
“A infância é essencial para nossas vidas. Não basta os pais ou responsáveis terem dúvidas ou persistirem em arquétipos familiares. O tratamento efetivo inicia com a investigação. Um exemplo é os adultos utilizarem o aparelho celular para entreter os pequenos e nos dizerem que eles não apresentam agilidade e impulsividade, característicos do TDAH. Lembro-os que as telas digitais são atividades intensas. Não causam agitação motora, mas causam agitação cognitiva”, alerta Gisele.
Subtipos de TDAH
Assim como outros transtornos de personalidade, o TDAH também apresenta subtipos que os diferenciam.
“Algumas crianças apresentam o tipo hiperativo/impulsivo, que são caracterizados pela visível necessidade de se movimentar constantemente. Não param quietos e têm dificuldade em permanecer sentados. Fazem assim não por querer, mas porque não conseguem manter a plenitude. Outro subtipo é o desatento. Esse público infantil apresenta dificuldade em manter a atenção, em seguir instruções com detalhes, não escutam quando, inicialmente, lhe dirigem a palavra, não finalizam tarefas e são distraídos por estímulos externos, entre outras características”, descreve a psicóloga infantil Mariele Carara Citadin (Crp 12/15912).
Outro subtipo é o misto/combinado, que a profissional de psicologia descreve este como a criança que apresenta tanto TDAH desatento quanto o TDAH hiperativo/impulsivo.
Diagnóstico
“Quanto mais precocemente for realizada a investigação especializada na área da neurologia, mais cedo a criança pode ter resultados positivos em seu tratamento e com isso, crescer de forma saudável tanto intelectualmente quanto socialmente”, completa Mariele.
Tratamento
A neurologista pediátrica, Dra. Caroline Liana Menschhein Medeiros (CRM 16525 RQE 16178), reforça a importância do tratamento multidisciplinar (neuropsicólogo, psicólogo, psicopedagogo entre outros) e o acompanhamento médico neurológico.
“Quando deixamos as coisas muito claras, o tratamento tem resultado. Falar abertamente, ouvir e informar sobre o transtorno e suas manifestações, assim também como esclarecer as consequências para o futuro, caso a família opte por não dar continuidade, facilitam o entendimento e a aceitação ao tratamento. Não podemos esquecer que cada criança é única e deve ser em sua particularidade”, alerta a médica.